Serão reflorestadas 2,5 milhões de árvores nativas no estado do Rio de Janeiro durante os próximos anos. O programa “Florestas do Amanhã” promete regenerar 1.100 hectares de Mata Atlântica em 20 unidades de conservação e outras áreas prioritárias do estado.
A ideia é que as áreas degradadas voltem a fornecer serviços ecossistêmicos essenciais, tais como produção de água, regulação do clima e controle da erosão. Alimentos, plantas medicinais, combustível, fibras sementes, madeira, água doce são alguns exemplos de bens ambientais também oferecidos pela Mata Atlântica.
Início do plantio em alguns meses
O programa “Florestas do Amanhã” é uma iniciativa da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro (SEA). A princípio, a restauração florestal será na Região da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara. Além da capital, serão beneficiadas regiões de Niterói, Maricá, Duque de Caxias, Itaboraí e Guapimirim, entre outros.
O reflorestamento das matas transformadas em capim e solo degradado respeitará o calendário agrícola e deve começar em novembro, quando dá início a estação das chuvas.
A previsão é de que as regiões degradadas já estejam regeneradas em 10 anos. Futuramente, o projeto deverá se estender para outras regiões hidrográficas do estado.
Desafios pela frente
De acordo com o engenheiro florestal Telmo Borges, essa não será uma tarefa simples. Em entrevista a O Globo, ele revela que 400 das mais de 8.000 espécies de plantas da Mata Atlântica existentes no estado são produzidas em viveiros.
“Se diz que no Brasil, se plantando, tudo dá. Mas onde estão as sementes? Temos enorme biodiversidade, mas pouco conhecimento sobre o manejo dela”, ressalta Borges, coordenador do Inventário Florestal Nacional no Rio e Superintendente de Planejamento Ambiental e Gestão Ecossistêmica da SEA.
Para fazer o projeto acontecer, serão utilizados recursos do Termo de Ajustamento de Conduta do Comperj, depositados no Fundo da Mata Atlântica.
Restauração é urgente
A Mata Atlântica abrange cerca de 15% do território nacional, em 17 estados, e se trata de uma das florestas mais ricas em diversidade de fauna e flora no planeta. Durante o século XX, a floresta tropical passou por intenso desmatamento, cujo início se deu desde a colonização europeia.
Apesar de ter sido reduzida em grandes proporções, a parte remanescente da Mata Atlântica continua sob risco até hoje. E mesmo assim, ainda abriga mais de 20 mil espécies de plantas, das quais 8 mil são endêmicas, ou seja, espécies que não existem em nenhum outro lugar do planeta.
