Dentre as inúmeras criações para melhorar a qualidade da água, um grupo de pesquisadores em Angola foi além, criando um biofiltro para fornecer água potável de maneira prática e sustentável.
Através do programa “Minha Água, Minha Vida”, o centro de química aplicada Química Verde Lab projetou o inovador aparato, para ajudar comunidades carentes em Luanda, capital da Angola.
Como Se Deu a Criação do Biofiltro Angolano?
No planeta, existem 1,6 bilhão de pessoas sem acesso à água potável. Dentre essas pessoas, a população de Angola apresenta uma das piores taxas: são ao todo 44% da população sem o recurso que é direito humanitário.
Como forma de combater a triste situação do próprio país, cinco jovens pesquisadores divididos entre engenheiros, técnicos de petroquímica, geofísicos, químicos e enfermeiros desenvolveram o projeto Minha Água, Minha Vida.
De acordo com a engenheira Yonara Tchissola, o objetivo do projeto é ofertar um biofiltro que funcione como uma estação de de tratamento de água, porém, de forma prática e sustentável.
“Simplificamos (o biofiltro) e fizemos um dispositivo que consegue também fazer a filtração da água, transformando a água suja em potável. Este mesmo dispositivo remove de 97 a 98% dos agentes patogênicos causadores de doenças”, explica a Tchissola.
Além disso, o projeto Minha Água, Minha Vida é tem como meta educar sobre saneamento básico e higiene, de forma a prenevir uma série de doenças nas comunidades rurais.
Como Funciona o Biofiltro Angolano?
O biofiltro angolano é uma tecnologia de tratamento da água projetada para uso doméstico. De acordo com o laboratório, o aparato é eficaz, barato e que não precisa de energia elétrica ou bombas de pressão para o seu funcionamento.
Ele funciona, removendo microorganismos responsáveis por doenças transmitidas pela água contaminada como a cólera, febre tifoide e outras doenças diarreicas.
O biofiltro também remove as partículas responsáveis pela turvação e grande parte da matéria orgânica responsável pelo sabor, cor e odor da água, tornando-a adequado para beber assim como para outros fins.
A tecnologia já foi instalada, com sucesso em várias províncias, como a de Bengo (próxima à capital Luanda), uma das regiões de Angola onde a população mais sofre com a falta de água potável.
Hoje, os jovens pesquisadores continuam estudando maneiras de viabilizar a instalação em larga escala, para poder chegar a cada vez mais comunidades sem acesso ao recurso. Além disso, continuam pela campanha global para inspirar jovens a se mobilizarem pela causa.