Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, descobriram uma inovação, tanto surpreendente quanto sustentável. A equipe desenvolveu um dispositivo capaz de gerar eletricidade a partir da decomposição da sujeira por micróbios, segundo um estudo publicado na revista Proceedings of the ACM on Interactive.
Identificadas como células de combustível microbianas, essas unidades tecnológicas se assemelham a baterias. Todavia, diferentemente das baterias convencionais que usam fontes químicas para produzir energia, estas células utilizam bactérias — que doam elétrons para condutores vizinhos enquanto se alimentam do solo.
Um desafio enfrentado por este conceito é manter as células “abastecidas” com água e oxigênio quando estão enterradas. Esse obstáculo, assim como seu desempenho inconstante e baixa força de saída, impediram um uso prático das células até agora.
A equipe da Universidade Northwestern foi além e inovou com um design eficaz e promissor. Adotaram a forma de cartucho colocado verticalmente em um disco horizontal, o que provou ter um desempenho consistente em vários níveis de umidade do solo.
O inventivo dispositivo inclui um ânodo de feltro de carbono na parte inferior para capturar elétrons, um cátodo metálico condutor no topo, e uma tampa protetora para evitar a interrupção do acesso ao oxigênio. Tecnologia essa que conseguiu gerar, em média, energia 68 vezes maior do que o necessário para operar seus sistemas integrados.
Apesar da quantidade de energia gerada por essas células de combustível não ser suficiente para alimentar grandes equipamentos, sua capacidade de durar a longo prazo sem a necessidade de trocas de bateria as tornam uma alternativa viável para alimentar pequenos sensores.
A equipe liderada pelo pesquisador Bill Yen expressou confiança de que, “enquanto houver carbono orgânico no solo para os micróbios se decompor, a célula de combustível pode durar para sempre”. Tal afirmação aponta para infinitas possibilidades de energia sustentável a partir deste notável avanço.