Para combater a extinção e exploração da árvore Palmeira-Juçara, o programa de conservação da Fundação Palmares realizou a distribuição aérea de uma tonelada de sementes da espécie na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Quilombo Barra do Turvo, no extremo sul do Vale do Ribeira.
A iniciativa teve como objetivo reflorestar a área — que tem um tamanho equivalente a 20 estádios de futebol.
Como Se Deu o Programa de Conservação?
De acordo o site oficial da Fundação Florestal, a ação que integra o programa de conservação da Palmeira-Juçara, se deu na forma de cinco sobrevoos de helicóptero para que a espécie seja repovoada na região.
O pesquisador científico do Instituto Florestal, Ocimar Bim, conta que a fase de teste foi dividida em três partes, cada uma com um hectare. Cada tonelada do insumo representa uma quantidade de um milhão de sementes dispersas.
“Cada fragmento possui 20 subparcelas de 100 m², onde foram instalados coletores de 2m² para a captação das sementes lançadas”, explicou. A escolha da área de depósito das sementes teve como critérios a facilidade de acesso para avaliação posterior e a ausência da espécie de palmeira em seu perímetro.
Ainda segundo Bim, as sementes foram colhidas em abril deste ano no município de Sete Barras e permaneceram em câmara fria.
Programa de Conservação da Palmeira-Juçara
De acordo a entidade, o ato de preservar a Palmeira-Juçara é manter a biodiversidade da Mata Atlântica presente no Brasil. Isso porque, tanto sementes quanto frutos, são alimentos para mais de 60 espécies de animais, sendo que muitos deles, são os grandes responsáveis por dispersar suas sementes na natureza.
O gestor da RDS Quilombo Barra do Turno, Wagner Portilho, relembra que, diante da exploração ilegal e ameaça de extinção desta palmeira, a Fundação Florestal criou o Programa de Conservação da Palmeira-Juçara.
“Esta é mais uma ação em prol da retomada da espécie na Mata Atlântica. Os animais que se alimentam de seu fruto acabam levando as sementes para áreas distantes o que aumenta o seu potencial de disseminação nos nossos remanescentes florestais”, destacou Portilho.
Futuro do Programa de Conservação
A exploração da Palmeira-Juçara é uma potencial ameaça à sobrevivência da espécie e, consequentemente, dos ecossistemas associados a ela. Por isso, são necessárias ações que desincentivem esse tipo de exploração e fomentem o manejo sustentável do seu fruto e do palmito.
Dessa forma, uma cadeia produtiva irá se desenvolver, além da conscientização da população para o consumo legal, e do fomento de ações de fiscalização direcionadas e adequadas para coibir o crime organizado.
A Fundação Florestal, espera que esta técnica — também conhecida como “chuva de sementes” — seja reaplicada em 10 anos, dessa vez para repovoar o equivalente a 48 mil hectares das Unidades de Conservação.