Um consumo sustentável significa, também, fazer a reutilização de materiais. Pensando nisso, uma loja em Hamburgo, na Alemanha, criou uma maneira de manter fora de aterros sanitários, diversos itens domésticos descartados.
Considerada a “IKEA de bens usados”, a loja Stilbruch, além do lucro, tem como objetivo apoiar uma economia mais circular na cidade, que gera menos resíduos e poupa o meio ambiente.
Início da Loja Que Promove a Reutilização de Materiais
A loja Stilbruch foi fundada em 2001 pelo Departamento de Limpeza da cidade de Hamburgo.
Todos os dias coletores de lixo em suas rotas (ou até mesmo cidadãos que queiram evitar o descarte em aterros) enviam materiais e resíduos para serem limpos, reparados e revendidos; possibilitando a reutilização de materiais por parte dos clientes.
Cerca de 400.000 objetos são processados em dois armazéns cavernosos gigantes todos os anos; tudo, desde ursinhos de pelúcia usados até laptops e balcões de cozinha reformados.
“Essas coisas são úteis e definitivamente não são lixo”, disse Roman Hottgenroth, gerente de operações da Stilbruch, à The Progress Network. “Usado é o novo sexy… estamos tentando acabar com a cultura descartável e o desperdício. É preciso perceber que há muito valor no que tratamos como lixo”, elogia.
Atualmente, a loja conta com 70 funcionários — entre técnicos e artesãos — que garantem que todos os objetos e móveis descartados recebam uma reforma completa, além de eletrônicos, vendidos com garantia de 1 ano.
Mais Além da Reutilização de Materiais
De acordo com um estudo da Comissão Europeia, 77% dos cidadãos da União Europeia (UE) preferem reparar seus dispositivos a substituí-los. Com o aumento da reutilização de materiais, há um movimento amplo em toda a Europa na tentativa de reduzir o fluxo de resíduos: não é atoa que a iniciativa da loja caiu tão bem para os cidadãos de Hamburgo.
Recentemente, Stilbruch foi anunciada pelas legislaturas da UE e da Alemanha como um modelo pioneiro que pode ser replicado em outras cidades. Embora o modelo funcione claramente em grandes cidades como Hamburgo — que tem 1,8 milhão de habitantes e, produz muito lixo –— cidades e vilas menores poderiam adaptar suas próprias versões, como mercados de pulgas, que ocorrem por temporadas.
Infelizmente, a maioria dos lugares se concentram apenas no processamento e não na reutilização de materiais. Um esquema útil em Hamburgo permite que os moradores liguem para um número e tenham seus resíduos volumosos (como móveis) recolhidos gratuitamente.
Em relação ao futuro da loja, o gerente de operações afirma que Stillbruch planeja abrir um terceiro armazém nos próximos anos, além de construir minibibliotecas públicas em 130 pontos de ônibus da cidade, com cerca de dois milhões de livros recuperados.
“Ainda me empolgo com as possibilidades do que podemos alcançar todos os dias”, finaliza Hottgenroth.