E se existisse um destino produtivo para as folhas caídas de árvores? Um ucraniano encontrou uma solução, transformando-as em papel sustentável, através de uma técnica patenteada pela startup RE-Leaf PAPER. Com uma pegada sustentável, a técnica se utiliza fibras de celulose extraídas das folhas coletadas em áreas urbanas.
O diferencial dessa folha está no processo de extração das fibras: por serem retiradas da rua, há uma menor pegada de carbono e consumo de água, em relação aos processos de fabricação convencionais.
Como Se Deu a Criação do Papel Sustentável?

De acordo com Alexander Sobolenko, cofundador da RE-Leaf PAPER, o projeto começou como uma ideia de Valentyn Frechka, CEO e cofundador da startup, enquanto era estudante do ensino médio e membro da Academia Júnior de Ciências da Ucrânia em 2017.
“Com a oportunidade de trabalhar no laboratório químico da escola com seu professor, criou um projeto para obter celulose das folhas caídas e, assim, utilizá-las como material para a produção de papel sustentável”, explica.

Sobolenko conta que após quatro meses de trabalho entre uma série de experiências, tentativas e insucessos na obtenção de celulose adequada à produção de papel, Valentyn conseguiu apresentar protótipos do papel sustentável no quais se podia escrever, desenhar e imprimir, tendo um bom desempenho físico e mecânico.
Após o desenvolvimento bem-sucedido dos protótipos de papel, Frechka junto a sua equipe de estudos e pesquisa, apresentou o projeto em competições estudantis internacionais em países como EUA, Coréia do Sul e Quênia.
A partir daí, os jovem pesquisadores foram convidados pelo empresário e ativista ambiental Andriy Vartsaba, a implementarem a produção para um viés comercial e fundaram a RE-Leaf PAPER.
Como É A Fabricação do Papel Sustentável

O papel sustentável RE-Leaf é feito através de um processo de etapas. Para começar, as folhas caídas são fornecidas pela administração municipal de Kiev, que as coletam de parques, praças e demais territórios.
Já na fábrica, as folhas são limpas e carregadas em um reator químico especial, no qual, sob a influência de processos físicos e químicos, são extraídas fibras das matérias-primas. Essa fibra forma a base do papel feito posteriormente no processo.


Em seguida, a fibra é lavada várias vezes para remover estruturas estranhas que não são usadas para a produção de papel, depois triturada para a próxima etapa.
“Por não usarmos componentes químicos contendo enxofre, o processo de lavagem é muito simples e de baixo custo”, afirma Alexander. A startup também não utiliza cloro durante o processo de produção.

O principal produto da Re-Leaf é o papel sustentável, que pode produzir em uma faixa de densidade de 90 e 100 g/m² com 0,2 mm de espessura. Além da produção de folha comum, produzem sacos de papel, papelão e produtos de papelão ondulado como cartões e caixas.
A empresa afirma que para cada tonelada de papel fabricado a partir de folhas caídas ao chão, cerca de 17 árvores são salvas do desmatamento. Dessa forma, 2,3 toneladas de folhas são reaproveitadas, significando 78% a menos de CO² emitido.