Na crescente turbulência do setor de energia solar na China, um número alarmante de fabricantes de equipamentos solares está passando por processos de reestruturação ou falência. Esse cenário de instabilidade está enraizado em um excesso de oferta que desencadeou uma intensa guerra de preços, resultando em perdas financeiras significativas e colocando em xeque a sobrevivência de muitas empresas menores.
Recentemente, a subsidiária da Zhejiang Akcome New Energy Technology solicitou medidas equivalentes à falência, após a ordem de um tribunal para reorganização. Segundo um registro da controladora, a empresa foi considerada incapaz de pagar suas dívidas e claramente insolvente. Este evento destaca a grave situação enfrentada pelo setor solar na China, que, apesar de ser o líder mundial, está imerso em um ciclo de quebras e consolidação empresarial.

As grandes empresas, como a Longi Green Energy Technology, têm conseguido resistir a perdas que somam bilhões de yuans, adotando estratégias como redução da produção e demissões. No entanto, os pequenos fabricantes enfrentam uma luta mais difícil para sanar suas contas. O mercado está exigindo um fortalecimento das regras para permitir que empresas de melhor desempenho prevaleçam, enquanto aquelas abaixo da média sejam eliminadas.
Fabricantes de equipamentos solares na China enfrentam falências e reestruturações
Em uma declaração recente, o Partido Comunista Chinês (PCC) afirmou seu compromisso de suavizar os processos de saída do mercado para equipamentos de produção obsoletos e evitou a concorrência desleal. Esse movimento é um reconhecimento da necessidade de reestruturação do setor e um sinal de que o governo está se preparando para intervir em um mercado cada vez mais instável.
A Kehome Photoelectric Technology, uma subsidiária que tem relatado prejuízos líquidos desde 2019, é um exemplo emblemático do que a crise tem causado no setor. Apenas no mês passado, a Akcome suspendeu a produção de módulos solares e células em quatro de suas subsidiárias, incluindo aquela que agora está em processo de falência. A empresa teve sua listagem na Bolsa de Valores de Shenzhen encerrada no último mês, após suas ações permanecerem abaixo de 1 yuan (cerca de US$ 0,14) por 20 dias consecutivos.

A situação de outras empresas também não é melhor. Gansu Golden Solar, outro fabricante de menor porte, iniciou um processo de pré-reorganização em julho, destacando ainda mais a fragilidade de negócios menores no setor. Na semana passada, um consórcio da indústria fez um apelo ao governo, pedindo ações para facilitar uma consolidação mais ágil entre as empresas do setor. O grupo reivindica que o governo evite injetar ajuda financeira em empresas à beira da falência e incentive grandes corporações a absorverem fábricas menores.
A luta pela sobrevivência e a recuperação do mercado de energia solar na China destacam a necessidade urgente de uma reavaliação e modernização das operações das empresas dentro do setor. O fortalecimento do mecanismo de mercado e a eliminação de fábricas inadequadas são passos fundamentais para garantir que a indústria volte a crescer de forma saudável e sustentável.