A construtora naval sul-coreana Samsung Heavy Industries Co. lançou junto a empresa norueguesa DNV GL o projeto de uma nova tecnologia voltada para o desenvolvimento de plataformas eólicas flutuantes.
Ho-Hyun Jung, chefe da Divisão de Desenvolvimento de Tecnologia de Indústrias Pesadas da Samsung afirma que à medida que o interesse global nas mudanças climáticas e nas energias novas e renováveis se espalha, a demanda por energia eólica offshore flutuante deve aumentar. “Asseguraremos nossa própria capacidade de projeto para flutuadores eólicos ”.
Nova Tecnologia para Plataformas Eólicas Flutuantes
Segundo Jung, a SHI baseia os seus desenhos nas plataformas flutuantes de perfuração de petróleo (as que são semi submergíveis). O objetivo passa por suprimir a procura futura por este tipo de energia renovável, desenvolvendo assim um modelo competitivo, tendo por base as suas capacidades de engenharia terrestre, e a capacidade de produção instalada nas suas fábricas!
A colaboração entre a DNV GL e a SHI é para dar ao mercado uma nova tecnologia de plataformas eólicas flutuantes de grande capacidade. E quanto à manutenção, esta deverá ser essencialmente feita à distância, com tecnologia digital. Espera-se assim que esta plataforma eólica flutuante venha ajudar a combater as alterações climáticas.
Citando um relatório do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), Samsung Heavy disse que a produção anual de energia de parques eólicos flutuantes offshore deve aumentar globalmente 2000 megawatts em 2030, se comparados aos 1100 megawatts produzidos em 2019.
Como são as Plataformas Eólicas Flutuantes
Estas estruturas flutuantes contrastam com as tradicionais, que têm o custo de instalação bastante elevado. São projetadas para águas profundas, de maneira a aproveitar os recursos energéticos da região marinha da península ibérica, por isso são semi-submersíveis e estão ancoradas no fundo do mar. A estabilidade à tona da água acontece através do uso de “placas de aprisionamento de água” na parte inferior dos três pilares, associada a um sistema estático e dinâmico de lastro.
Elas têm como objetivo, substituir a geração de energia por meio de combustíveis fósseis por energia limpa para abastecer equipamentos submarinos e complementar a geração elétrica das próprias plataformas de produção.
Outras Plataformas Eólicas Flutuantes
Na península ibérica, o consórcio Windplus — através do projeto WindFloat Atlantic—, criou a primeira plataforma eólica flutuante da região. A estrutura conta com três turbinas eólicas instaladas, com capacidade para produzir 25 megawatts, fornecendo energia para cerca de 60 mil casas anualmente.
Já no Brasil, um grupo de pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da USP, em São Paulo, estão desenvolvendo projeto nacional de turbinas flutuantes em alto-mar, como sistema alternativo de produção de energia para as plataformas de petróleo brasileiras.
Cada plataforma de produção em águas profundas será uma usina elétrica com potências próximas de 100 MW, alimentada principalmente por turbinas a gás. No processo de transição para uma matriz energética de baixo carbono, as turbinas flutuantes serão vistas como uma das alternativas mais promissoras para fornecimento de energia limpa em larga escala.