Em 2022, o Brasil alcançou um marco histórico na geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis. Segundo dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no último dia 1º, a participação de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa atingiu a marca de 92% no total de energia gerada pelo Sistema Interligado Nacional (SIN).
Este resultado é o maior dos últimos dez anos e reflete a expansão da capacidade de geração de energia renovável no país.
“Este é o resultado de uma matriz energética diversificada, característica que nos coloca à frente de quase todos os outros países. Além de ser um ganho imensurável para o meio ambiente, essa característica nos traz uma série de oportunidades em novos mercados, como o de créditos de carbono e de hidrogênio renovável, que vão gerar benefícios para a sociedade nos próximos anos”, avalia Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.
Qual a maior fonte de energia renovável no Brasil?
De acordo com a CCEE, o cenário hídrico mais favorável e o aumento da capacidade instalada de usinas eólicas e solares foram fatores cruciais para o sucesso da geração de energia elétrica em 2022. As usinas hidrelétricas, por exemplo, responderam por 73,6% da energia gerada, enquanto as eólicas contribuíram com 14,6%, e outras fontes renováveis, como biomassa, pequenas centrais elétricas e centrais geradoras hidrelétricas, foram responsáveis por 11,8%.
A geração hidráulica teve um aumento de 17,1% em relação ao ano anterior, graças às chuvas que contribuíram para a recuperação dos reservatórios de água. A capacidade instalada atual é de 116.332 MW. Já a geração solar centralizada foi a grande estrela de 2022, com um aumento de 64,3% na comparação com o ano anterior. Este tipo de fonte representou 4% da matriz nacional de energia, impulsionado pela chegada de 88 novas fazendas solares no SIN. Ao todo, mais de 1,4 mil MW médios foram produzidos.
Os estados do Rio Grande do Norte, Bahia e Piauí apresentaram um aumento significativo na geração de energia eólica. A geração eólica cresceu 12,6% em relação ao ano anterior, fornecendo mais de 9 mil megawatts médios para a rede elétrica. Atualmente, o Brasil conta com 891 parques eólicos, com mais de 25 mil megawatts de capacidade instalada. A produção de energia a partir da biomassa, com bagaço de cana-de-açúcar como principal matéria-prima, registrou um leve aumento de 0,3% em relação ao ano anterior, entregando quase 3 mil MW médios ao sistema. Existem atualmente 321 usinas de biomassa no país, com capacidade instalada total de 14.927 MW.
Em contrapartida, a geração de energia a partir de fontes não renováveis foi de 5.373 MW médio, representando apenas 8% da energia gerada no país. A maior participação de fontes não renováveis foi a térmica a gás, com 45% (2.419 MW médio), seguida de fonte nuclear com 28,3% (1.522 MW médio), carvão mineral com 12,8% (690 MW médio) e outras fontes térmicas com 13,8% (743 MW médio).
Qual energia renovável mais cresce no Brasil?
Solar. A energia fotovoltaica, obtida pela absorção dos raios solares e conversão em eletricidade, é a que mais cresce no país. Pode ser instalada em qualquer lugar e seu painel tem vida útil de mais de 25 anos.
Qual o percentual de fontes renováveis de energia no Brasil?
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a matriz energética brasileira, em 2019, foi formada por 45% de fontes renováveis e 54% de fontes fósseis. Os números superam os demais países do bloco.