Um acampamento da cidade de Minawao teve seu processo de desertificação acelerado. Como forma de combater o forte impacto, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Federação Luterana Mundial (FLM) se reuniram para implementar projeto em que os refugiados recuperam terreno após plantio de milhares de árvores.
Segundo as entidades, após a chegada de cerca de 70.000 ex-habitantes nigerianos (que fugiam da violenta rebelião comandada pelo Boko Haranm), se iniciou uma série de problemas relacionados a seca para os moradores da região, já que estes dependiam de seus recursos, pois as árvores foram cortadas para servir de lenha para cozinhar.
Desde então, o preço da madeira e da lenha aumentou consideravelmente o que levou a uma série de conflitos entre as comunidades anfitriãs; as mulheres foram forçadas a entrar no mato para buscar mais lenha (expondo-se a potenciais ataques) e animais sofreram uma grande dificuldade para se alimentar.
Como Refugiados Recuperaram Terreno?
Para recuperar o terreno, os refugiados receberam treinamento com técnica implementada pela companhia Land Life. O treinamento consiste em utilizar a “tecnologia do casulo”, para que as mudas tenham maior chance de sobrevivência em um terreno hostil, como o do acampamento.
Na tecnologia do casulo, os refugiados aprendem a enterrar tanques de água (feitos de caixas recicladas) que irão alimentar e nutrir as raízes das plantas através de um barbante que se conectam aos brotos jovens. Além de solucionarem os desmatamento do terreno, as entidades também promocionaram aos refugiados, a inclusão de energias renováveis para o funcionamento das comunidades.
Passados 4 anos desde a chegada dos nigerianos em Camarão, já são aproximadamente 360 mil mudas cultivadas e plantadas em um espaço de 119 hectares. Dentre as espécies, existem cajus, moringas e acácias que fornecem frutas e remédios aos moradores.
Rentabilidade Para os Refugiados
Um dos principais objetivos do ACNUR com este projeto, é fomentar meios para redução de gases do efeito estufa, com práticas sustentáveis. Para atender a demanda de gás para cozinhar, os moradores enviam seu lixo doméstico para que sejam transformados em carvão ecológico (feitos por refugiados treinados).
Além disso, com o treinamento da FLM, foram criados fogões com eficiência energética para a produção (e venda) de carvão ecológico com o resíduo das colheitas. Já são 5500 famílias trabalhando na produção e venda de carvão e fogões.
Fibi Ibrahim, refugiada e mãe de cinco filhos que vive em Minawao desde 2016, diz que com o dinheiro que ganha da venda de fogões e carvão ecológico a permite comprar sabão, temperos e carne para complementar as refeições da família.
“Espero que em breve, quando tiver economizado dinheiro suficiente, possa abrir minha própria loja no campo e suprir totalmente as necessidades da minha casa”.