O território Munduruku, localizado na Bacia do Tapajós na região oeste do Pará, é vitima de uma ocupação preocupante: o garimpo ilegal. Segundo a ONG Mapbiomas, 1.592 hectares desse território estão sendo devastados por essa atividade predatória, colocando a região em segundo lugar no ranking dos locais mais afetados.
Além disso, as cidades localizadas no entorno estão contribuindo para um problema alarmante. Sem o devido tratamento, esgotos estão sendo despejados nos rios locais, provocando contaminação. De acordo com Caetano Scannavino, muitos casos de diarreia estão ligados ao consumo dessa água contaminada.

No meio de tal cenário, uma solução está surgindo: os sistemas de energia solar. Essa tecnologia tem proporcionado o bombeamento de água de igarapés e outras fontes hídricas, livres de contaminação. Antes de serem utilizadas, a qualidade da água é inspecionada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), partner do projeto.

A energia solar tem viabilizado o funcionamento de sistemas de aproveitamento que integram reservatórios de 1 mil litros, para uso familiar, e de 5 mil litros, compartilhados por grupos de famílias. As placas coletam energia durante o dia de sol intenso, abastecendo a bomba que leva a água até os reservatórios para armazenamento.
Os beneficiados com essa técnica passam por treinamentos para operar e resolver pequenas questões no sistema. As oficinas possuem conteúdos práticos e teóricos, que expressam conceitos sobre eletricidade e o sistema fotovoltaico off grid. ‘A ideia é que eles tenham autonomia suficiente para evitar a dependência de profissionais externos’, explica Scannavino.
Fonte: UOL