Os manguezais, um dos ecossistemas mais vitais do planeta, enfrentam uma pressão tremenda devido à mineração, pesca excessiva, ocupação irregular e descarga de efluentes. Estatísticas revelam que 25% dessas áreas foram perdidas no Brasil. No entanto, um projeto revolucionário da Universidade do Kansas nos EUA está em curso para tentar reverter essa tendência alarmante.
Através da construção de ‘Reef Walls’ ou Paredes de Recife, o projeto visa replicar as linhas costeiras naturais, criando habitats para várias espécies aquáticas e ajudando a dispersar a energia das ondas. Essas paredes, feitas de concreto ecológico, imitam as raízes dos mangues vermelhos e os recifes de ostras encontrados na Flórida. Eles se tornam abrigos perfeitos para caranguejos, caracóis, pássaros costeiros e até peixes predadores.
Como acontece a redução do impacto ambiental ?
O projeto, liderado pelo professor Keith Van De Riet da Escola de Arquitetura, Design e Planejamento da Universidade de Kansas, tem um objetivo claro – minimizar o impacto do desenvolvimento humano na redução das florestas de mangue. Van De Riet enfatiza a necessidade de uma abordagem de regeneração, em contraste com a simples mitigação do impacto ambiental.
Em 2022, Van De Riet ofereceu um curso de verão onde os alunos aprenderam a criar essas paredes de mangue artificialmente, trabalhando com uma mistura de concreto, ‘farinha de ostra’ e fibras de coco picadas. As paredes não são de superfície plana, mas texturizadas, inspiradas na biomimética, uma prática que busca soluções na natureza.
Os desafios do projeto são muitos, desde o equilíbrio de design e função até entender as reações de diferentes metais à água salgada. No entanto, o espírito de aprendizagem, adaptação e avanço é forte. Van De Riet tem feito progressos contínuos por mais de oito anos e está comprometido em continuar evoluindo para atingir um nível de regeneração verdadeira.
