Um projeto inovador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) acaba de ser reconhecido com prestígio no cenário arquitetônico brasileiro. A proposta pioneira para uma Moradia Estudantil Indígena foi premiada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Santa Catarina (IAB-SC). Divulgado no dia 21 de novembro, a iniciativa foi aclamada nas categorias ‘Edificações e projetos’ e ‘Destaque Luiz Antônio Medeiros da Silva’.
A construção do prédio está programada para 2025. Segundo a UFSC, esta provavelmente será a primeira moradia universitária no Brasil a respeitar plenamente as especificidades culturais das diversas etnias presentes no campus. A proposta visa não apenas abrigar, mas também valorizar e respeitar os costumes indígenas de maneira integrada ao espaço universitário.
Em um universo concorrido com 462 inscritos na etapa estadual, a proposta da UFSC destacou-se pela sua inovação e relevância social. Além deste, outros dois projetos de Santa Catarina foram selecionados para concorrer à etapa nacional, prevista para janeiro de 2024.
Transparecendo sensibilidade e valorização da cultura indígena, a instituição propõe um ambiente onde os rituais e o modo de vida indígenas não sejam interrompidos no contexto universitário. Para tanto, propõe áreas de uso coletivo, como duas cozinhas, sala de estudos e um centro de organização estudantil.
Empatia na arquitetura delineia o projeto, já que os quartos foram projetados com auxílio de estruturas em madeira – refletindo técnicas construtivas comuns dos povos originários. Pensando na fluidade do convívio, o número de estudantes por quarto será flexível, abrigando um total de 156 estudantes.
A UFSC planeja a execução do projeto, considerando a viabilidade de construção em uma área de Florianópolis. O terreno escolhido fica próximo ao Colégio de Aplicação (CA/UFSC), onde há diferentes espécies de árvores e um pequeno córrego.
Atuais estudantes indígenas residem provisoriamente na Ocupação Maloca, localizada ao lado do Restaurante Universitário (RU). Tais alunos devem permanecer nesse espaço até a finalização do Alojamento Estudantil Indígena, cujas obras iniciaram em maio e preveem conclusão em dezembro, abrigando 60 estudantes em 12 dormitórios compartilhados.