Como parte da meta de zerar suas emissões de carbono até 2030, o arquipélago de Fernando de Noronha promete reciclar cerca de 200 toneladas de latas em alumínio.
Todo lixo produzido é separado em um centro de tratamento. Enquanto o vidro é reciclado como areia para a construção civil; papel, plástico e alumínio vão de navio até Recife (cerca de 40 horas de viagem) para serem encaminhados a indústrias de reciclagem ou aterros sanitários.
Ao todo, são mais de 1 milhão de reais por mês para custear o transporte desses resíduos até Recife. Mas isso há de mudar.
Medidas Para Reciclar as Latinhas
De acordo com a administração e empresas parceiras, foram tomadas algumas medidas na tentativa de contornar a grave situação do destino de materiais recicláveis e não recicláveis.
Um delas, é que a partir do próximo ano, somente carros elétricos poderão entrar no arquipélago. Além disso, até 2030, pretende-se retirar odos os veículos movidos a álcool, diesel e gasolina.
Outra medida, foi a proibição de garrafas d’água com menos de 500 mL e demais embalagens plásticas. Para isso, os milhares de turistas da ilha são sempre orientados a descartar resíduos plásticos antes do embarque, ainda no aeroporto.
Laboratório Para Reciclar Latinhas
Por fim, em 2022 será inaugurado o Lab VADELATA Pelo Planeta: primeiro laboratório de reciclar latinhas de Fernando de Noronha. A estrutura é fruto de uma parceria entre a prefeitura e a Ball Corporation, empresa líder mundial em embalagens sustentáveis de alumínio.
O laboratório terá como objetivo coletar, compactar e transportar todas as latas de alumínio descartadas da ilha. Com a implementação do empreendimento (que terá aproximadamente 400 metros²), a prefeitura espera economizar em até 30% do dinheiro público ao reciclar as latas pelo laboratório.
Do maquinário para o processo de reciclagem, utilizarão uma turbina eólica de baixa velocidade cujas pás não colocariam em risco a fauna; e uma bateria de hidrogênio que, ao invés de lítio (um metal raro), utiliza ferro e hidrogênio em sua composição.
“Será que podemos usar essas tecnologias? Essa é uma pergunta que o laboratório vai tentar responder”, diz Estevão Braga, Head de Sustentabilidade da Ball América do Sul.
Depois de uma parada na planta da Ball em Recife, o material segue para São Paulo, onde fica o centro de reciclagem da Novelis, co-patrocinadora do projeto ao lado da AMA, água mineral da Ambev; e da Minalba.
No local, o alumínio será 100% reaproveitado e transformado em bobinas que darão origem a novas latas que estarão nas prateleiras dos supermercados em até 60 dias. Como manda a economia circular.
Futuro do Laboratório
Segundo a gigante de embalagens sustentáveis, o local também será base de pesquisas para a melhoria do processo de reciclagem.
Além disso, haverão aulas, palestras e cursos de capacitação em educação ambiental. A Ball implementará pontos de entrega voluntária tanto para consumidores como para o comércio. Para isso, será preciso agendar a coleta por meio de um aplicativo.
Com entrega prevista para o segundo semestre do ano que vem, a expectativa é reciclar 50 toneladas de alumínio no primeiro ano pós-pandemia.