Pensando em tornar acessórios de mobilidade, materiais também sustentáveis, que um grupo de designers neerlandeses criou um capacete ecológico para ciclistas e demais esportistas.
Os artistas — que fazem parte do estúdio de design StudioMOM —, já são experientes no assunto mobilidade sustentável. O estúdio é conhecido por ser o responsável por projetar uma bicicleta elétrica movida a hidrogênio.
Características do Capacete Ecológico
O objetivo dos designers era criar um capacete que, além de proteger e oferecer uma boa ventilação, fosse produzido totalmente com materiais biodegradáveis e sustentáveis.
Logo, com a parceria do Politecnico di Milano, escolheram utilizar no capacete ecológico MyHelmet, cânhamo (subespécie da Cannabis) e micélio (como são chamadas as raízes de um cogumelo) para diversos testes em laboratório.
Durante os testes, descobriram que, ao aquecer esses dois materiais, cria-se uma matéria-prima com estrutura semelhante à espuma de poliestireno expandido (EPS), ou isopor. Isso porque, quando aquecido, o material tem baixa condutividade térmica, além de se tornar leve e rígido.
De acordo o site do estúdio, o interior do capacete ecológico é feito utilizando a espuma resultante da mistura entre micélio e cânhamo. Já seu exterior, com a parte dura e resistente (em conjunto as tiras e fivelas), são feitas com emaranhados de fibras de cânhamo.
“MyHelmet se encaixa nos princípios da economia circular. Há emissões mínimas de CO2, não requer nenhuma matéria-prima fóssil e o resultado final é 100% biodegradável”, explica Alessandra Sisti, a designer que desenvolveu o MyHelmet, a princípio, como projeto de graduação.
O objeto foi testado no quesito resistência, rigidez, fadiga do material e forma. Felizmente, obteve resultados positivos na avaliação de segurança e saúde do acordo técnico holandês.
Projetos Futuros Para o Capacete Ecológico
O projeto do capacete ecológico segue em desenvolvimento e dá ainda seus primeiros passos rumo a sua comercialização, de acordo o fundador de StudioMOM, Mars Holweda.
“Ao desenvolver um novo processo, demos um passo considerável para usar a biofabricação de micélio em escala industrial. A indústria de bicicletas agora tem algo à sua disposição para parar o fluxo interminável de resíduos plásticos e EPS prejudiciais e sistemáticos”, afirma o empreendedor que, no momento, busca parceiros para viabilizar o projeto.
Ainda de acordo o fundador, a descoberta da matéria-prima que forma o objeto é uma grata surpresa, pois é sinal de que a mistura do cânhamo com o micélio, sejam a solução para acessórios que garantam proteção e que não impactem negativamente o planeta.