Pesquisadores do MIT, em parceria com engenheiros chineses, desenvolveram um sistema de dessalinização inovador e econômico, que utiliza a energia solar para transformar a água salgada em potável. Este marco na tecnologia de dessalinização apresenta uma nova abordagem para o problema global de acesso à água potável.
A dessalinização é um processo que remove sais dissolvidos da água salgada, tornando-a potável. É uma técnica usada em muitos países, incluindo o Brasil. No entanto, os sistemas tradicionais têm alto custo e requerem grandes quantidades de energia. O novo sistema desenvolvido pelos engenheiros foi projetado para abordar esses desafios.
O dispositivo absorve água salgada e a aquece usando luz solar natural. Ele apresenta uma alta taxa de produção de água e uma taxa de rejeição de sal superior a outros conceitos de dessalinização solar passiva. Isso é vital para impedir a formação de salmoura – água residual com uma alta concentração de sal, que geralmente é um dos principais problemas na dessalinização.
A grande inovação reside na maneira como o sistema funciona: ele utiliza uma corrente induzida para criar vórtices de água, que quando aquecidos pelo sol, fazem a água evaporar, deixando o sal para trás. O vapor de água é então condensado e coletado como água potável. A vantagem é que o sal restante não se acumula no sistema, mas continua a fluir.
Este método de dessalinização solar possui uma vasta aplicabilidade, desde fornecimento de água potável para famílias pequenas até abastecimento para comunidades costeiras fora da rede. A equipe estima que o seu custo seria mais barato do que produzir água encanada nos Estados Unidos.
No Brasil, a dessalinização também é uma questão relevante, especialmente com a recente controvérsia em torno de uma usina de dessalinização de água do mar em Fortaleza, Ceará. Especialistas expressaram preocupações sobre eventuais riscos para os cabos submarinos de internet localizados perto do local de construção. No entanto, o diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará acredita que não há risco para os cabos devido a medidas preventivas tomadas.
O artigo do estudo, em inglês, pode ser lido aqui.
