A Amazônia é uma das regiões mais ricas e biodiversas do planeta. No entanto, a preservação do ecossistema da região e a sobrevivência das comunidades que lá vivem estão em constante risco devido à destruição causada por práticas predatórias de ocupação. Em meio a este cenário, é notável a resistência de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhos que buscam formas sustentáveis de subsistência.
Um exemplo inspirador é a Associação Sementes do Araguari, fundada em 2020, uma organização de mulheres engajadas no extrativismo sustentável de recursos naturais. Apoiada por instituições como o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a associação é o foco de esperança para o futuro da região da Amazônia.
A presidente da associação, Arlete Pantoja, relata anos de luta para melhorar a vida de sua comunidade. Projetos como o Floresta Mais e o Fitoterápicos garantem a preservação do patrimônio biocultural amazônico e a resistência a modelos destrutivos de exploração dos recursos naturais.
Um marco dessa resistência é a maneira como as agroextrativistas da região utilizam as florestas e seus recursos. Elas produzem biocosméticos, incluindo sabonetes, óleos e pomadas, utilizando o extrato de plantas locais como a andiroba, fava, pracaxi, breu-branco e copaíba. Além do potencial econômico, esses produtos detêm grandes propriedades medicinais.
Infelizmente, a conservação da Amazônia não se resume à resistência dos povos da floresta. O avanço do desmatamento e das queimadas, muitas vezes criminosos, coloca em risco o lar destas comunidades, bem como a própria biodiversidade da região. O Brasil lidera este cenário devastador, com uma média assustadora de 575 árvores cortadas por minuto.
É urgente a necessidade de políticas públicas assertivas e de investimentos tecnológicos que favoreçam a existência e a autonomia dessas populações. A Amazônia representa um precioso legado global de biodiversidade e cultura. O futuro desse legado está em grande parte nas mãos de organizações como a Associação Sementes do Araguari e nas políticas que apoiam suas iniciativas.